quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O inicio do Grupo Escoteiro Manoel Ribas - 089/PR

Já foi dito aqui anteriormente, algo como: "quem não conhece o passado não entende o futuro". As vezes é importante conhecer o passado para entender-mos que, se determinada coisa hoje é uma realidade, algumas pessoas antes de nós, batalharam para que isso se concretizasse.

Hoje gostaria de compatilhar com os leitores sobre o inicio de um importante Grupo Escoteiro do nosso Distrito.

Tudo começa no inicio do ano de 1993, quando o professor Cidenei Araújo Varela procurou meu pai, na época ele era o chamado "Comissário Distrital" do 6º Distrito Escoteiro, manifestando a intenção de fundar um Grupo Escoteiro no Colégio Estadual Manoel Ribas, uma vez que ele lecionava naquela escola como professor de Biologia e percebia um grande potencial nos seus alunos e decidiu que poderia contribuir para canalizar esse potencial para algo produtivo, além de preencher o tempo ocioso que os alunos passavam quando não estavam em aula.


O chefe Cidenei foi um grande escotista, ainda é, pois pelo que sei ele reside atualmente em Salto do Lontra ou Nova Prata do Iguaçu no sudoeste do estado, e é um apaixonado pelo Movimento Escoteiro. Ele auxiliou na criação do Grupo Escoteiro Guará-Puava e por alguns anos foi o antes denominado Chefe de Grupo e também auxiliou algumas seções. Ao que se sabe ele saiu do GE Guará-Puava pelo velhos "motivos pessoais" que sempre se originam de desentendimentos dos adultos, que priorizam seus egos pessoais em detrimento dos jovens que são o objetivo principal do movimento.

Pois bem, quando o chefe Cidenei procurou meu pai para auxilia-lo na empreita, ele tinha em mente evitar uma coisa que meu pai sempre considerou errada, que era chamar os jovens e adolescentes e depois já em andamento tentar estruturar o grupo.

Eu e meu irmão mais velho já tinhamos auxiliado na fundação do Grupo Escoteiro Cataratas (079/PR) em Foz do Iguaçu, e esse GE foi um caso desses clássico, já que haviam numa Comunidade Evangélica naquela cidade, um grupo de crianças filhos do membros dessa igreja que participavam de uma especie de grupo de recreação. Com o passar do tempo esse grupo de recreação cresceu tanto que, por opinião de alguns membros da igreja, deveriam procurar orientação para ver a possibilidade de transformar aquele amontoado de adolescentes num Grupo Escoteiro, ou seja, enquanto o GE era estruturado os jovens já estavam fazendo atividades, como diz o ditado "meio no grito" sem conhecimento nenhum. Nós auxiliamos na estruturação da Tropa Escoteira e mais a frente na criação da Tropa Senior, porém no inicio de 1991 nos desligamos do GE em função nossa mudança para Guarapuava.

O Chefe Cidenei na oportunidade convidou a mim e meu irmão mais velho para auxiliar na fundação do novo grupo, sendo que após conhecer o projeto aceitamos o desafio, e nos entusiamamos bastante.

Ele tinha grande apoio da Diretora do Colégio na época, dona Eroni Loures (me parece que ela faleceu tempos atrás), e isso contribuia de certa forma para a execução dos objetivos. Nos juntamos com a Associação de Pais e Mestres do Colégio que na época, (me parece, não tenho certeza), era presidida pelo Sr. Rubens Galvão, que também auxiliou dentro de suas possibilidades.

Inicialmente foi criada a antiga Comissão Executiva, porém não me recordo como ficou constituida, mas lembro de alguns membros da diretoria, tais como o Sr. Rui Vasconcelos, Leonidas Gonçalves Franco, Alencar Loures, Cacilda Primak, entre outros, que deram o impulso para criação do Grupo perante a UEB-PR.

Após devidamente registrado do grupo, o chefe Cidenei passou a convidar determinadas pessoas para compor a chefia das seções, que inicialmente era composta de uma alcatéia mista, uma tropa de escoteiros e uma tropa de escoteiras. No inicio, a exceção minha e de meu irmão, eram na grande maioria professores ou ex-alunos, lembro de alguns: as irmãs Chefes Cláudia e Antoniela, Clair Vasconcelos, Marizélia Wunch, Aristeu e Marinaldo Rattes, Neuza Varela entre outros.

Como ninguem tinha o menor conhecimento de como funcionava a coisa, distribuimos a chefia da seguinte forma: Eu (como Akelá), a Chefe Clair e a Chefe Marizélia, ficamos responsaveis pela Alcatéia mista; meu irmão Chefe Acir, Chefes Marinaldo e Aristeu ficaram responsáveis pela Tropa dos Escoteiros; Chefes Cláudia, Antoniela e Neuza Varela, ficaram responsáveis pela Tropa das Escoteiras e o Chefe Cidenei ficou como Chefe de Grupo.

Se não me falha a memória, por volta da segunda quinzena de Agosto de 1993, fizemos as promessas da Chefia, contando apenas com a presença da Diretoria do grupo e alguns pais. Nesse momento fizemos a convocação dos jovens que após um período probatório, fizemos as primeiras promessas de Escoteiros e Lobinhos. Nesse ínterim, os Chefes eram, na medida do possível, encaminhados para realizarem os mais diversos cursos que eram oferecidos para aprimoramento nas suas formações, visando melhorar o trabalho desenvolvido nas seções.

O inicio das atividades foi extremamente dificil e complicado, isto porque não tinhamos uma SEDE, e os professores da escola nos "aturavam" em função da digamos "proteção" que a dona Eroni (Diretora) nos dava, isto porque, as atividades eram realizadas dentro e utilizando a estrutura da escola. Todo sábado era um drama para realizar-mos as atividades, já que nossos escassos materiais e equipamentos, tais como cordas, ferramentas de sapa, caixas de patrulhas, eram constantemente mudados de local, sem o nosso conhecimento. Os próprios professores e alunos mudavam de local nossos materiais sob a alegação de que os mesmos estavam "atrapalhando" o desenvolvimento das atividades da escola.

Nesse instante, todos reunidos achamos que era chegada a hora de viabilizar-mos a construção da nossa sede, pois aquela situação estava ficando insustentável, e por um trabalho muito grande e da união de pais, diretoria, chefes, UEB-PR, gestionando junto à Secretaria de Educação do estado, conseguimos a doação de um espaço dentro do terreno do Colégio, aonde hoje se localiza a sede do GE.

Aqui temos que destacar o trabalho efetuado pelo abnegado Sr. Leonidas Gonçalves Franco, que era o tesoureiro do grupo, e fazia o milagre da multiplicação dos escassos recursos arrecadados com as mensalidades, pois além da destinação dos recursos para o desenvolvimento das atividades ainda eram destinados recursos para compra dos materiais de construção que deram inicio a obra da sede, que também contou com algumas doações de materiais de construção usados de alguns colaboradores.

No inicio de 1994, com alguns jovens "estourando" a idade limite e outros alunos do colégio que queriam participar do movimento, iniciamos a formação da Tropa Senior, oportunidade em que deixei a Alcatéia sob os cuidados da Chefe Clair Vasconcelos como Akelá, e juntamente com o Chefe Cidenei como chefe de tropa e eu como assistente iniciamos as atividades com a Tropa Senior.

Algum tempo depois, também pela necessidade, abrimos a Tropa das Guias, sendo que a Chefe Cláudia ficou como Chefe de Tropa e a sua irmã Antoniela ficou como sua assistente.

Acredito que por volta do final de 1994 ou inicio de 1995, os membros das Tropas Sênior e Guia que atingiam a idade limite, e que manifestassem interesse em continuar no grupo, eram preparados para assumir cargos de assistencia de chefia, por esse motivo alguns Seniores e Guias que haviam atingido o limite da idade se reuniram e criaram o "Clã Pioneiro Maneco Facão", que no início teve como Mestres Pioneiros o Chefe Silvio Nogueira Bernardes e sua esposa Maria Joana, que também eram Mestres do Clã Pioneiro Excalibur do GE Guará-Puava, já que eram os únicos, na época, qualificados para essa função.

Daí em diante, a maioria já sabe o que aconteceu. Eu permaneci no Grupo Escoteiro Manoel Ribas até o mês de maio de 1996, quando fui obrigado por motivos profissionais a mudar de cidade, mas sem nenhuma demagogia, possuo um carinho muito grande por esse grupo, haja vista que ali existe também o trabalho das minhas mãos e das demais pessoas que acreditaram naquele projeto e se empenharam da melhor maneira possivel para que o Grupo viesse a tornar o que vemos atualmente!!

5 comentários:

  1. Parabens pelo trabalho, foi muito bom ler me remeteu a minha infancia haja visto que fui Escoteiro e Senior desse GE Manoel Ribas, conhecido pelo seu apelido Maneco Facão saudades imensas e fico orgulhoso de ver que o que foi prantado esta dando frutos ate hoje cheguei a ser monitor da saudosa Patrulha Salto Sao Francisco quanta saudade ... Por Marcelo Oliveira

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  2. Eu lembro das primeiras promessas de escoteiros e lobinhos do Maneco, o pessoal do GEGP foi convidado e a gente foi prestigiar. Se eu não me engano foi em uma sala grande do colégio (ou pátio interno, algo do gênero).

    O 89PR foi um grupo muito interessante na minha época, a gente manteve sempre um laço de amizade e companherismo, e nunca de competitividade.

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  3. Já que fui citado neste belo release montado por meu irmão. Sanderson, gostaria de destacar que foi uma experiência extraordinária ter sido o primero chefe da tropa escoteira do maneco... Lembro do primeiro acampamento... A primeira jornada noturna com meus escoteros... As atividades nos sábados a tarde... As primeiras promessas... Lembro do Chiquinho, do Jaison Primak, do Alexander Modolon, do Juliano Vasconcelos, do Robson Krieger, da Vanessa Franco... Importante destacar a Chefe Paricia que ajudou com a Tropa das Escoteiras no início do Grupo. Os chefes Aristeu e Marinaldo me ajudaram bastante, apesar da pouca experiência...

    Saudades... Abraços a todos!!!
    Acir Mores Edling - Primeiro Chefe da Tropa Esvoteira do G.E.Manoel Ribas

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  4. Muito legal ler este post aqui, fui o primeiro escoteiro promessado pelo grupo, nossa tropa era comandada pelo chefe Junior, Aristeu e Marinaldo, sempre lembro com saudades daqueles tempo, e hoje tenho orgulho de ver meus companheiros de patrulha Falcão terem se transformado em profissionais de sucesso e lideres...Obrigado a cada um que nos ensinou e ajudou a moldar nosso carater.
    Paulo Meister - Monitor da Patrulha Falcão do G.E. Manoel Ribas.

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  5. Uma informação, chefe Cidenei reside em Pato Branco desde que saiu de Guarapuava.

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